Envelhecimento Ativo e Aprendizagem para o Envelhecimento Ativo

  1. Antecedentes e métodos

    A Comissão Europeia identificou o envelhecimento ativo e saudável como uma área muito importante. A revisão crítica e estruturada de literatura usou evidências a partir de 2000, no Reino Unido, Itália, Eslovénia e Portugal. A revisão considerou seis competências para o envelhecimento ativo: Aprendizagem; Cíidadania e Comunidade; Saúde; Emocional; Finanças/Economia; Tecnologia, nos contextos da UE, nacional, e regional (Umbria).

  2. Contexto demográfico e princípios de envelhecimento ativo

    O aumento da esperança de vida nos quatro países representa um desafio: em Portugal a população com mais de 65 anos deverá aumentar de 19.5% em 2011 para 35.72% em 2050; na Eslovénia é esperado que a percentagem com mais de 65 anos suba de 24.8% em 2020 para 33.5% em 2059; na Umbria, a população com mais de 65 anos atualmente totaliza 23.2%, e no Reino Unido, em 2030 haverá mais 51% pessoas com mais de 65 anos, em comparação a 2010. O Ano Europeu do Envelhecimento Ativo 2012 consideoru quatro áreas: emprego, participação social, vida independente, saudável e segura e ambiente favorável (UE, 2013). Princípios subjacentes incluem sustentar um processo de ciclo de vida equilibrado; definições positivas; inclusão; abordagens multi-dimensionais e  capacitantes.

  3. As competências
    Aprendizagem
    A participação das pessoas mais velhas tende a ser maior na aprendizagem não-formal do que na aprendizagem formal e a diminuir com a idade. As Universidades da Terceira Idade (UTIs) têm desempenhado um papel vital. Em Portugal as UTIs são principalmente urbanas e incluem uma multiplicadade de atividades. Na Eslovénia, redes de UTIs e outros agentes apoiam o crescimento pessoal, trabalho remunerado ou não remunerado, a cidadania ativa e o desenvolvimento local. Na Itália, as UTIs desempenham um papel essencial para superar a queda no envolvimento  das pessoas mais idosas, no Reino Unido, a aprendizagem nas UTIs está fortemente ligada com as temáticas da saúde e emocionais e menos fortemente com as outras. As desigualdades nos percursos de vida  têm impacto na aprendizagem na velhice.
    Cidadania e comunidade
    A participação cívica e comunitária pode ser apoiada por transições para a reforma flexíveis, apoiando as oportunidades de voluntariado, reconhecendo e gratificando a assistência à família e valorizando a atividade criativa. Tal como em Portugal, intervenções de projeto podem incentivar o envelhecimento ativo através da melhoria de ambientes comunitários de apoio à participação social e inclusão. A educação pode promover as competências para a cidadania democrática, como na Eslovénia. O crescimento do voluntariado na Itália acontece em paralelo com as tradições de assistência à família (avós). No Reino Unido  o voluntariado é frequentemente o destino, apesar dos cortes no apoio financeiro ao sector do voluntariado.
    Saúde
    A promoção da saúde para o envelhecimento ativo necessita de ter em conta a diversidade por idades e estados de saúde. O Plano Nacional de Saúde Português promove princípios de intervenção como autonomia, participação ativa, auto-realização e dignidade. Na Eslovénia, uma elevada proporção das pessoas idosas têm uma doença de longa duração: o autocuidado depende de capacidades funcionais, oportunidades para estimular a atividade e das atitudes. Na Itália, o foco está nos estilos de vida e numa assistência domiciliária integrada. No Reino Unido as influências sobre o bem-estar incluem uma perspetiva baseada nos recursos, empenho social e estabelecimento de normas próprias. A aprendizagem informal com compromisso social pode melhorar o bem-estar.
    Emocional
    A evolução das estruturas familiares é um factor relevante no bem-estar emocional em Portugal com necessidade de alargar o número de residências adequadas. Na Eslovénia, as preocupações mentais e emocionais são as razões mais frequentes para recorrer-se a cuidados de saúde primários: atividades de lazer positivas são preditivas de satisfação emocional. Na Itália, o papel crucial da família alargada e amizades no bem-estar emocional é bem conhecido, juntamente com a independência, a dignidade, cuidados e apoio. No Reino Unido, a pesquisa destaca a importância da independência, controle, autonomia e atividades que reduzam a solidão.
    Finanças/economia
    A participação no mercado de trabalho, um factor-chave na promoção do envelhecimento ativo, caiu substancialmente em Portugal de 78% em 1974 para 52% em 2008. Na Eslovénia, apenas 1 em cada 3 pessoas com 55 ou mais anos estão empregados. No Reino Unido, o desemprego de longa duração é maior entre os que têm mais de 50 anos. Existe a necessidade de atitudes não discriminatórias no trabalho e sistemas de pensões que recompensem a reforma mais tarde para reduzir a ansiedade financeira. Em Itália, a reforma acontece subitamente; cada vez mais idosos vivem sozinhos.
    Tecnologia
    Em Portugal, onde os idosos utizam ainda pouco os computadores, necessita-se de formação para a inclusão digital  que permita maior autonomia e participação social. Na Eslovénia, os idosos necessitam de apoio tanto na tecnologia como no uso da Internetg: ós idosos que vivem sozinhos ficam em desvantagem se não utilizarem a Internet. Na Itália, o uso da Internet está a crescer entre as pessoas mais velhas, mas os agregados familiares só com idosos são menos qualificados. No reino Unido,  as pessoas mais velhas valorizam o digital, mas precisam de apoio quando as circunstâncias e as tecnologias mudam.
  4. Necessidades e recomendações

    Uma abordagen de aprendizagem ao longo da vida é vital, considerando-se a diversidade, cidadania, lazer criativo, relacionamentos, resiliência e a remoção de barreiras estruturais. Os pontos fortes das UTIs podem ser expandidos através de parcerias eficazes e e ativando outros setores de aprendizagem. Portugal sublinhou a necessidade de juntar diferentes políticas, iniciativas públicas e privadas, os princípios da autonomia, participação, auto-realização e dignidade, ações para os cuidadores e desenvolver mais espaços participativos e de aprendizagem. A Eslovénia enfatizou a necessidsde de educação formal e informal para o conhecimento, cultura e auto-realização, o diálogo entre os diferentes grupos etários e a passagem do conhecimento ao longo das gerações. A velhice necessita de uma abordagem holística, menos medicada, considerando o equilíbrio entre uma vida feliz e produtiva. As questões de género precisam de atenção. A educação ao longo da vida requer transições do trabalho mais flexíveis. Itália recomenda uma qualificação profissional de especialistas em aprendizagem ao longo da vida; e aperfeiçoamento profissional para as transições do trabalho para a reforma. O crescente envolvimento dos idosos com o voluntariado deve ser visto como um ponto forte. O Reino Unido recomendou a inclusão de aprendentes mais velhos no planeamento educativo, cursos acessíveis, aumento da formação de pré-reforma, desafiar as desigualdades, desenvolver oportunidades para ajustar o voluntariado a necessidades de cuidados informais e de lazer, e promover a saúde através de redes de pares. É necessária uma abordagem capacitante, focada nos pontos fortes e respeitando a variedade e os recursos das pessoas mais velhas. Por fim, a sociedade precisa desafia-se criativamente e repensar com imaginação a velhice.

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